sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Costa Cruzeiro - Relacionamento com o cliente

Pois muito bem, este post será dedicado exclusivamente para as minhas apreciações enquanto cliente Costa Cruzeiros. 

Em que pese a nossa lua de mel ter sido perfeita, acho que alguns pormenores  ficaram aquém do esperado. Primeiro porque a Costa antigamente possuía um catálogo  exclusivo de lua de mel e já não possui. A sua lua de mel é apenas a sua lua de mel. Depois porque, para  um serviço de luxo acho que TODOS os hóspedes merecem ser tratados com exclusividade e isso não acontece. E não acontecerá sobretudo se o teu idioma for o português. E este fato devo dizer, me causou imenso desconforto. Os alemães, italianos, americanos, ingleses, espanhóis e tantos outros são superiores aos portugueses e brasileiros em que? 

Numa coisa eles acertam, distribuem as pessoas pelas mesas dos dois restaurantes destinados ao jantar (aqueles jantares mais sofisticados, quem não quiser pode ir comer a outro lado), pessoas que falem o mesmo idioma. Então na nossa mesa éramos uma brasileira (euzinha) e cinco portugueses. O cardápio do jantar era em português, porque uma das passageiras já havia formalizado uma reclamação. 

Mas os jornais informativos do navio, os avisos, enfim, todo o resto não havia em português. Ah, é verdade, a conta era em português e em 90% do tempo a música ambiente era brasileira, sem contar na infinidade de funcionários brasileiros. Quer dizer, para pagar somos reconhecidos mas para usufruir por aquilo que pagamos (e caro) não somos? Por quê? Não gostei mas pelo bem da lua de mel fui aguentando. 

A gota d'agua para mim foi a cerimônia de renovação de votos feita pelo comandante do navio. Pensando bem ele é apenas o comandante do navio, é como ir ao mercado e pedir ao atendente para celebrar uma renovação. Não é um sacerdote. Mas era a nossa lua de mel e para mim e meu marido tinha um significado. Recebemos o convite e lá fomos nós. O comandante repetiu os votos, em todos os idiomas (ate mesmo em alemão para um único casal) mas não o fez em português. Eu fiquei furiosa e ali mesmo disse à nossa anfitriã (espanhola) que era uma grande falta de respeito convidar-nos para aquilo, sermos colocados quase atrás do palco e não haver a celebração em português. 

A anfitriã tentou se explicar a meio do jantar com a seguinte justificação "mas as pessoas de língua portuguesa são minoria". Desculpa??? Eu não sei quem foi que ficou mais ofendido e indignado com a frase desta Sra.  Em um serviço de luxo estes discursos não podem existir. Eu até paguei mais caro que os italianos e que os alemães para ali estar (sim porque a Costa começa a vender primeiro nestes países a um preço muito menor) e tenho de me contentar com o que sobra?? Jamais. Não acho razoável esta discriminação. Acho até bastante absurda. 

Depois de reclamar pessoalmente com a anfitriã e dizer a ela que eu iria formalizar na companhia uma reclamação acerca do serviço, as coisas começaram a mudar. Começamos a receber comunicados em português (o jornal continuou em espanhol), mas a reunião de desembarque já foi em português e com uma brasileira.

Pode parecer frescura mas não é.

Isto também aconteceu em relação às excursões. Nós éramos sempre colocados em autocarros mistos (alemão- espanhol) (inglês- espanhol) ou no autorcarro apenas de espanhóis (quando havia quorum) ou só de ingleses. Quando fomos questionar a razão de não haver excursão em português a resposta foi "vocês são minoria, não é rentável à companhia fazer uma excursão com seis pessoas (referindo-se aos nossos colegas de jantar), as excursões só se realizam com no mínimo 15 pessoas.

A justificativa até pareceu razoável, não fosse o fato de, no dia seguinte, irmos para uma excursão em que o total de pessoas no autocarro eram 10! Alguém me explique por favor!

Depois, na única reunião em língua portuguesa descobrimos que afinal não éramos apenas seis falantes de português, mas 17. E todos concordaram na última reunião que seria melhor se a companhia tivesse reunido este grupo e proposto uma excursão. Mas não, fomos sempre encaixados nos outros grupos. É a tal história do fiquem onde sobrar.Detesto!

Tirando isto, todos os funcionários foram sempre muito atenciosos e simpáticos. Sobretudo os funcionários brasileiros que estavam sempre a dizer "é tão bom ouvir o nosso idioma e poder falar em português", compartilho da opinião!



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